Este é tempo de partido, tempo de homens partidos. Em vão percorremos volumes, viajamos e nos colorimos. A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua. Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. As leis não bastam. Os lírios não nascem (...) O poeta declina de toda responsabilidade na marcha do mundo capitalista e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas promete ajudar a destruí-lo como uma pedreira, uma floresta, um verme. ( "Nosso Tempo" - Drummond)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Obama: O Herói do Século XXI?


Quando Obama se elegeu o homem mais poderoso do mundo fui atrás de ler sua autobiografia a fim de descobrir ou ao menos conseguir pistas de sua trajetória pessoal que explicassem os caminhos pelo qual chegou à presidência de forma tão meteórica. Entre as várias experiências e aventuras, chama a atenção seus pais terem se conhecido no Hawaí. Fosse em algum ponto do Velho Oeste americano, poucos anos antes, poderiam seus pais, mãe “branca como leite”, e pai queniano, terem sido enforcados, queimados, e fotografados para estamparem postais.
Mesmo depois de ler seu livro “A origem dos meus sonhos”, não é fácil apreender como seus “sonhos” o levaram tão longe – a não ser o fato dele ter se tornado um homem de trajetória e valores cosmopolitas enquanto o mundo e seus donos se mexiam para ficar no mesmo lugar.
Normalmente as lideranças políticas têm uma mesma trajetória até o poder: ou pertencem à famílias tradicionais de políticos (como o governador de Minas, Aécio Neves), ou foram líderes sindicais / estudantis (Lula, José Serra), ou ainda pertencem à famílias “tradicionais” (diga-se ricos e oligárquicos) que sustentam seu poder político através do poder econômico numa comunidade pobre (Sarney). Por fim, hás os ditadores: Hitler, Stálin, Médice. Mas nenhum deles se sustentaria no poder não fossem seus atributos de homens públicos, mesmo os mais sanguinários, pois afinal, tem apoio de uma parte importante da sociedade.
Mas e Obama? Lá em meados dos anos 80 ele trabalhava numa ONG organizando comunidades de bairros pobres na periferia de Chicago. Com apenas um assistente, um carro velho, e um modestíssimo salário; batendo de porta em porta, convocando pais e mães de alunos de escolas do bairro para se reunirem a fim de pressionar o poder público para melhorar a estrutura física das escolas, ou o departamento de infra-estrutura da prefeitura para trocar o encanamento com canos de amianto (cancerígenos) dos prédios mais antigos.
Hoje, por mais que diga em diversas entrevistas que gostaria de ter um problema por vez, ele precisa lidar ao mesmo tempo com as ameaças nucleares de um delinqüente norte-coreano, duas guerras, evitar o colapso do capitalismo norte-americano, o aquecimento global , além de evitar pegar um resfriado – já que um espirro seu pode criar uma pneumonia em meio mundo.
Mas ele não abre mão de tempo para as duas filhas, brinca com o cachorro e ainda mobiliza a CIA e o FBI para levar sua esposa, Michele, a um jantar romântico em Nova York e depois a um show na Broadway.
E não enganem: mesmo com todo o seus charme ele não é do tipo que não faz mal a uma mosca.
...E enquanto isso, no Brasil, temos que ver a m... que virou a política brasileira. Sempre fui pelo PT, mas daí é muita palhaçada pra ficar no poder. A seguir coluna de Eliane Cantanhede: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/elianecantanhede/ult681u592118.shtml

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